quinta-feira, maio 31, 2007

POVOS YANOMAMI



Os Yanomami são índios que habitam o Brasil e a Venezuela. No Brasil somam 16.000 pessoas distribuídas em 255 aldeias relacionadas entre si em maior ou menor grau. A noroeste de Roraima estão situadas 197 aldeias que somam 9.506 pessoas e a norte do Amazonas estão situadas 58 aldeias que somam 6.510 pessoas. Na Venezuela somam cerca de 12.000 pessoas residentes no sul dos Estados Bolívar e Amazonas.
No Brasil as aldeias Yanomami ocupam a grande região montanhosa da fronteira com a Venezuela, numa área contínua de 9.419.108 hectares.

Uma grande invasão garimpeira do território Yanomami se deu no período de 1987 a 1992 em que estima-se a ocorrência de 1.500 mortes entre aquela população indígena.
A Terra Indígena Yanomami foi homologada pelo Presidente Fernando Collor em 25 de maio de 1992. Em sua maior parte, o território está coberto por densa floresta tropical úmida. O território é bastante acidentado, principalmente nas áreas próximas às serras Parima e Pacaraima onde se tem a maior concentração da população Yanomami no Brasil.
Para designar o Povo YANOMAMI foram usadas várias denominações, entre as quais: Waika, Guaika, Xiriana, Xirixana, Xamatari, Pakitai, Parahuri, Guajaribos, Karimé, Yawári. (Migliazza -1972).


Os Yanomami falam 4 línguas (Yanomam, Sanumá, Yanomamö e Yanan ou Ninan) pertencentes a uma família linguística isolada, a Yanomami.Cada língua pode possuir vários dialetos.


OS IANOMANS, OU YANOMAM

São um subgrupo dos ianomâmis que habita o Noroeste do estado brasileiro de Roraima e o Nordeste do Amazonas, mais precisamente na Terra Indígena Yanomami, bem como a Venezuela. Maior língua da família lingüística Ianomâmi no Brasil, a língua Ianomam é falada nas aldeias da Serra Parima e regiões da Serra das Surucucus e do rio Catrimani.


A LÍNGUA SANUMÁ

É falada pelos moradores do noroeste da Terra Indígena Yanomami, em especial os do rio Auaris no Brasil.


IANAN ou NINAN

É falada pelos residentes das aldeias situadas nos médios cursos do rio Mucajaí, rio Uraricoera e rio Ericó, na fronteira leste da Terra Indígena Yanomami.



A LÍNGUA YANOMAMÔ

É falada nas aldeias do extremo sul da Terra Indígena Yanomami, nos rios Toototobi, Balawaú, Padauaris, Marauiá e Cauaboris. A maior população falante do Yanomamö está na Venezuela onde é a maior língua Ianomami.
A palavra Yanomami significa ser humano, enquanto que napë é a designação geral para o estrangeiro, o não Yanomami.

PICO DA NEBLINA


O Pico da Neblina está localizado dentro da Terra Indígena Yanomami e do Parque Nacional do Pico da Neblina, na fronteira do Brasil com a Venezuela. Essa área tem sido invadida desde o fim dos anos 1980 por garimpeiros atraídos pelas reservas de ouro, cassiterita e tantalita.

Os Yanomamis são caçadores, pescadores e coletores parcialmente nômades. São originários da Serra Parima, no Alto Orinoco.
Até o final dos anos 80 podia-se dizer que o Povo YANOMAMI constituía o maior grupo indígena, com sua maioria isolada do contato da sociedade envolvente.

Tendo, inclusive, grupos arredios, que viviam segundo seus padrões culturais tradicionais. A população YANOMAMI totaliza aproximadamente 24 (vinte e quatro) mil pessoas. No Brasil, estima-se que haja 11 (onze) mil pessoas, sendo que aproximadamente 80% (oitenta por cento) deste total vive em Roraima. As aldeias são geralmente constituídas por uma grande casa coletiva em forma de cone "Yano ou Xapono" que pode chegar a 100 (cem) metros de diâmetro e 10 (dez) metros de altura, onde moram cerca de dez a quinze famílias. Eles vivem basicamente de caça, pesca, coleta de frutas silvestres e agricultura.
Os solos são, em sua grande maioria, extremamente pobres e inadequados à agricultura intensiva.

As aldeias, que podem ser constituídas por uma ou várias casas (“malocas”), mantêm entre si vários níveis de comunicação, desenvolvendo-se relações econômicas, matrimoniais, rituais ou de rivalidade, percorrendo distâncias que podem atingir um raio de 150 km. Suas roças são unifamiliares, onde plantam mandioca, macaxeira, abacaxi, banana, cana de açúcar e outros.

Da mandioca é feito o "Beijú"; a banana é consumida de forma natural, assada, cozida ou em forma de mingau; a cana de açúcar é consumida naturalmente ou extraído o caldo. Eles ainda produzem batata doce, cará, taióba, mamão, tabaco, pupunha, algodão, plantas medicinais e "mágicas".
O arco é feito com madeira de pupunha ou bacaba e a corda é feita de curauá. As flechas são feitas de cana de flecha e penas de mutum amarradas com fio de algodão. As pontas podem ser feitas de vários materiais, dependendo do animal a ser abatido.


O Povo YANOMAMI é muito alegre, costuma fazer suas festas em época de boa colheita. Saem para caçar e pescar em grupos com rotas diferentes. Caçam macacos, mutuns, veados, anta e outros animais. Ao retornar eles "moqueiam" os animais, que é uma forma de preservar a carne. Em seguida chamam as aldeias vizinhas para participarem das comemorações.

Neste período eles cantam, dançam e fazem um tipo de jornal falado "Wayamu". Estas festas podem durar de três a cinco dias. No ritual de morte, eles colocam o corpo em um jirau e penduram em árvores. Após algum tempo, quando o corpo já se decompôs, eles recolhem os ossos e cremam. Em rituais familiares os parentes misturam um pouco das cinzas ao mingau de banana e tomam.

O restante é enterrado no mesmo lugar onde fizeram o fogo. Todos os pertences do morto são queimados, inclusive os tapiris usados por ele para caçar. O mundo espiritual do Povo YANOMAMI é muito rico. Eles acreditam que o universo é formado por três camadas de terras sobrepostas. Na de cima moram os mortos e os seres mitológicos como o Trovão e o Relâmpago. Abaixo desta camada vivem vários espíritos que a seguram para que não caía, pois ela é velha e rachada.

Nela ainda vivem a Lua e o Sol. Na camada do meio, vivem os homens e um grande número de espíritos. Eles acreditam na existência de um alter ego e, matando-o, matam também a pessoa com quem ele é relacionado. A camada de baixo é igual à camada do meio, só que nela habitam seres carnívoros e terríveis. Os primeiros homens YANOMAMI, foram Omã e Yoasi.

Como não haviam mulheres, Omã copulou na perna atrás do joelho de Yoasi, e a perna ficou grávida, vindo a nascer um menino. A primeira mulher foi pescada por Omã no poço de uma cachoeira. O pai dela era uma enorme cobra sucurijú e foi ele que deu a Omã as primeiras plantas para cultivar.

Antigamente não haviam bichos. Os primeiros seres humanos se transformaram em bichos. Só o jacaré Iyo e sua mulher, a rã Raeraemé, possuíam o fogo e o guardavam escondido na boca e nas axilas . Os outros só comiam alimentos crus. O beija-flor e outros animais fizeram uma dança engraçada na frente do jacaré e o fizeram rir. Aproveitando o fato dele ter aberto a boca, pegaram rapidamente o fogo e o puseram em algumas árvores.

É dessa madeira que eles, ainda hoje, produzem o fogo. O "Xamã é o líder espiritual, durante os rituais de cura eles cheiram um pó alucinógeno "Yakoana", eles acreditam que este pó "abre"a floresta para os "Xapori", entidades que auxiliam os "Xamãs" nos rituais de cura. As principais peças de artesanatos produzidas por eles, são cestaria, colares, cocares, adorno de braço e brincos de penas. Outras Etnias - Em Roraima, além dos YANOMAMI, existem várias outras etnias.

Os índios Makuxi (Maioria), Taurepang, Ingarikó, Wai-wai, Patamona, Wapixana, Waimiri-atroari e Yekuana (Mayongong). Destes povos, somente os Yekuana, vivem na terra indígena YANOMAMI. Os Makuxi, índios de origem Karib, vivem em várias partes do estado de Roraima, têm aproximadamente 18 mil pessoas e lutam há mais de 20 anos pela demarcação de suas terras. A maior luta deles é pela demarcação da área indígena Raposa/Serra do Sol, que fica localizada a Nordeste do Estado de Roraima. Os Taurepang, índios de origem Karib, vivem nas proximidades da fronteira com a Venezuela na T. I.

São Marcos, e têm aproximadamente mil pessoas. Eles mantêm contato permanente com os índios Pemon da Venezuela, com os quais possuem uma intensa relação comercial. Os Ingarikó, índios de origem Karib, vivem no extremo norte de Roraima, nas fronteiras com a Venezuela e Guiana, têm aproximadamente mil pessoas e vivem em estado semi-isolado.

Eles se auto denominam KAPON "Gente do céu". Wai-wai, índios de origem Karib, que vivem ao sul do estado de Roraima, divisa com o estado do Pará, têm aproximadamente 500 pessoas e praticam o "matriarcado", levando a crer na lenda das antigas "Guerreiras Amazonas". Wapixana, índios de origem Arawak, vivem a norte e leste de Roraima, divisa com Guiana.

Têm aproximadamente 8 mil pessoas, eles mantêm viva sua cultura através de suas danças e suas comidas. Waimiri-atroari, índios de origem Karib, vivem ao sul de Roraima divisa com o Amazonas. Têm aproximadamente 830 pessoas, eles ficaram conhecidos internacionalmente pelos conflitos na abertura da BR 174, que liga Manaus a Boa Vista. Yekuana ou Mayongong, índios de origem Karib, vivem a noroeste de Roraima divisa com a Venezuela dentro da área YANOMAMI.

Têm aproximadamente 500 pessoas e são conhecidos pelo seu belo artesanato. Além destas etnias, existem ainda os índios Patamonas e os Carafauianas que têm pouco contato com os não índios "Brancos".

Eles vivem juntos com os índios Wai-wai, no sul do estado de Roraima, e lutam pela demarcação de suas terras.
O etnônimo "Yanomami" foi produzido pelos antropólogos a partir da palavra yanõmami que, na expressão yanõmami thëpë (língua Yanomami occidental), significa "seres humanos" (yanomae thëpë em Yanomami oriental). Essa expressão se opõe às categorias yaropë (animais de caça) e yai thëpë (seres invisíveis ou sem nome), mas também a napëpë (inimigo, estrangeiro, "branco").
Fonte: INTERNET

Um comentário:

Anônimo disse...

muito legal sua matéria espero que tenha mais algo pra nus contar sobre os yanomamis, mais vejo que a lenda do surgimento dos yanomamis é diferente da nossa região aqui.