domingo, setembro 14, 2008

INFORMÁTICA - Roteadores padrão 802.11n aceleram tráfego dos dados em redes sem fio

A TECNOLOGIA PROMETE VELOCIDADE DE ATÉ 300 MEGABITES POR SEGUNDO.
Por René Ribeiro

Com a popularização das redes sem fio, é muito difícil encontrar um notebook que não tenha acesso à tecnologia Wi-Fi integrado. E não só laptops, mas smartphones e outros gadgets estão cada vez mais integrados a esse recurso. Para aproveitar essa facilidade é necessário, no mínimo, um access point.

Na maioria dos casos, o roteador Wi-Fi é usado para tal função. Mas antes de adquirir um vale saber um pouco mais sobre a tecnologia wireless e seus padrões.

O padrão de rede sem fio leva o nome de 802.11 e possui três categorias já homologadas. O 802.11a, que chega a uma velocidade de 54 Mbps (megabits por segundo); o 802.11b, que, apesar da seqüência das letras, acabou sendo desenvolvido primeiro, alcança velocidade de 11 Mbps; e, finalmente, o padrão 802.11g, que alcança os 54 Mbps, a mesma velocidade do padrão a, entretanto, com capacidade de alcance bem maior, com teóricos 100 metros em campo aberto. Com a chegada do padrão 802.11g, os anteriores ficaram obsoletos.

Apesar de o formato estar normatizado e bem estável, há uma ressalva quanto a montar uma rede sem fios dentro de uma empresa com essa tecnologia: a velocidade. Para acessar a internet é ótimo, mas para compartilhar arquivos dentro de uma rede é lento demais. O tráfego de muitos computadores ao mesmo tempo acaba sendo inviável. Para se ter uma idéia, uma rede cabeada tem, hoje em dia, no mínimo, 100 Mbps.
Para solucionar a questão e abandonar os fios, a indústria trabalha em um novo patamar para o protocolo Wi-Fi desde 2006, que leva o nome de 802.11n. Nesta versão, a velocidade alcançada é de até 300 Mbps.

Apesar de não ter sido homologado ainda, já é possível projetar uma rede wireless com esses roteadores. Mas há limitações, já que esse valor é teórico e fatores como o ambiente, ruídos na transmissão e controle de dados consomem banda.

Os fabricantes informam que o número máximo de clientes (PCs ou
notebooks) ‘pendurados’ no roteador é de 16. Esse valor pode ser até maior, mas dependerá muito do fluxo de dados circulando pela rede.

Segundo Rodrigo Paiva, Gerente Técnico da Unicoba, nada impede que se insira mais roteadores, dividindo os computadores em canais separados, de forma a não ter interferência no sinal de rádio. Há, no mercado brasileiro, vários roteadores com o padrão n (que também são compatíveis com a geração anterior). Para quem pensa em montar sua rede sem fio já com o novo padrão, colocamos à prova seis deles: N1 Vision, da Belkin; CWR-905, da CNet; DIR-635, da D-Link; WRT-350N, da Linksys; TL-WR841N, da TP-Link; e TEW-631BRP, da Trendnet. As empresas 3Com e Netgear foram convidadas, porém, não enviaram seus produtos para testes.

Quando comparados com o padrão g, a diferença é grande. A mesma massa de dados (1 GB) transferida pelo padrão 802.11g levou 487 segundos. Comparando com a tabela de tempos obtidos pelos roteadores padrão n é possível notar que a mesma tarefa pôde ser realizada em 124 segundos.

Confrontados os modelos n entre si, o roteador da CNet surpreendeu por seu desempenho, que superou em alguns segundos o equipamento da D-Link, na avaliação de transferência de uma massa de dados de 1 GB. Porém, somando as características gerais, o roteador da D-Link levou a melhor, merecendo o título de Best Buy. Ele e o modelo da Linksys possuem uma porta USB, que permite instalar disco rígido externo e assim compartilhá-lo na rede.

O maior problema dos modelos da Belkin e da Linksys foi o preço elevado. O roteador da Belkin apresenta um display com cinco linhas, que informa a quantidade de estações conectadas e a velocidade de transferência dos dados. A presença de antenas removíveis oferece vantagem a alguns equipamentos, pois podem ser substituídas por modelos de maior potência, caso o ambiente sofra reformas. Apenas o roteador da D-Link e o da TP-Link tinham esse tipo de antena. Em uma mudança de ambiente, anteparos podem diminuir a intensidade do sinal e a possibilidade de trocá-las é uma boa opção.

Um dos equipamentos que ficou para trás em desempenho foi o da TP-Link, por ser o único com apenas duas antenas. Um dos pontos que fazem o padrão n ser mais veloz é justamente permitir a divisão dos dados por antenas. Com mais unidades, ele transmite mais dados ao mesmo tempo.

Esse padrão é chamado de MIMO (múltiplas entradas e múltiplas saídas) e traz uma solução criativa para o problema da reflexão do sinal. Como as antenas transmitem simultaneamente, o caminho do sinal é diferente. Com um algoritmo complexo, o padrão n calcula o tempo da reflexão e assim tira vantagem dos obstáculos que refletem o sinal, tornando o sinal mais forte e mais rápido.

O modelo que obteve melhor sinal foi o da Linksys. Para nossos testes, um notebook com adaptador n foi utilizado e levado a uma distância de 35 metros, com o roteador instalado em uma sala que fica no extremo do andar. Não havia anteparos altos, apenas biombos com as mesas de trabalho, entretanto, paredes criavam certa barreira para o sinal.

O modelo da Linksys perdeu 38% do sinal; o DIR-635, 40%; o CWR-905, 44%; o N1 Vision, 46%; o TEW-631BRP, 47%; e o TL-WR841N, com apenas duas antenas, perdeu 52%.

Como o padrão 802.11n ainda não está consolidado, a maioria dos notebooks continua a ser fabricada utilizando chip padrão 802.11g. Quem desejar utilizar esses portáteis e uma rede n terá de utilizar um adaptador USB ou PCI card para obter a velocidade ideal. Tais acessórios custam entre 120 reais e 230 reais.

Pode ser que o custo para instalar em cada máquina uma placa padrão n desestimule alguns usuários a montar uma pequena rede nesse formato. Mas o novo protocolo sem fio mostra que o ganho de desempenho pode valer o investimento.
Fonte: Enviado por email pelo amigo MARIO LEITE GRISI

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