terça-feira, maio 19, 2009

Futebol - Jogadas de craque

Os negócios ligados ao futebol movimentam dezenas de bilhões de reais por ano no Brasil e vão de simples escolinhas a sofisticados resorts. Com a Copa de 2014, aumenta o potencial.Ao desembarcar no Brasil, há 15 anos, o canadense Darryl Kirsh mal sabia chutar uma bola - o esporte de sua adolescência foi o hóquei no gelo, disputado com bastão, disco e patins. O país vivia a euforia do tetracampeonato mundial e o futebol, mais que nunca, parecia onipresente na mídia. Em meio a esse ambiente de paixão à flor da pele, o economista nem precisou de muita intimidade com os gramados para perceber o potencial dos negócios ligados ao jogo, mas seguiu sua vida de consultor financeiro.

E permaneceu, nos anos seguintes, cismado com a falta de espaços de entretenimento, além do manjado trio campinho, churrasqueira e cerveja, que explorassem justamente esse interesse nacional. Em 2004, com a seleção brasileira já pentacampeã, resolveu dar o pontapé inicial para preencher a lacuna que enxergou dez anos antes. Nascia, em São Paulo, o Kick Bola Urbana, primeiro - e ainda único - parque temático sobre futebol no país do futebol.

Voltado a princípio para crianças e adolescentes, o espaço conquistou rapidamente os adultos e as empresas, que representam hoje metade do seu público. Para quem gosta de futebol, a fórmula é irresistível, independentemente da faixa etária. Garotos e garotas de todas as idades divertem-se com brinquedos como o lançador de bolas de fazer bicicleta, no qual o atleta, posicionado sobre uma superfície acolchoada, recebe a bola de bandeja para executar a jogada considerada a mais plástica do esporte.

Há ainda um radar que mede a velocidade do chute, a pista de futegolfe, uma mistura de minigolfe e futebol, o treino de goleiro, no qual a pessoa pode testar sua habilidade em agarrar os 'chutes' executados por uma máquina, e o futeboliche, tipo de boliche com os pés.

A vedete entre as instalações, no entanto, é o Futebol Underground. Em uma quadra de 270 metros quadrados instalada no subsolo, dois times, com quatro jogadores cada, disputam uma partida praticamente no escuro. Os únicos brilhos vêm da bola, das traves e dos coletes fluorescentes dos atletas.

Para dar clima, há show de luzes, fumaça artificial e som de DJ. Como o público feminino representa 30% do movimento, as meninas ganharam uma atração à parte, o Futebol Fashion, que consiste em um desfile de moda temático, com direito a camarim e maquiadores.

Darryl conta que todos os brinquedos tiveram de ser criados por ele e sua equipe. 'Quando comecei a montar o parque não havia nada semelhante no país. Então, idealizei as atrações baseado no que conhecia de centros temáticos esportivos lá fora e contratei engenheiros para montar as máquinas', afirma.

Com a experiência de cinco anos de funcionamento do Kick Bola, o empresário lançou, em 2008, o sistema de franquia da marca, com investimentos entre R$ 150 mil e R$ 300 mil. Mesmo com o sucesso do parque, que realizou em 2008 uma média de 47 eventos por mês, apenas os estrangeiros têm enxergado na fórmula uma oportunidade de negócio.

"Os brasileiros ainda se mostram um pouco reticentes em apostar no modelo. Mas estamos fechando com um grupo colombiano, que tem entre os sócios o ex-jogador Valderrama. Vai ser a primeira franquia da marca, montada em Bogotá. O grupo planeja abrir mais sete unidades em várias cidades sul-americanas", revela Kirsh.
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