segunda-feira, junho 15, 2009

Mídia - "É difícil pensar no Brasil sem as novelas"

Em reportagem publicada na semana passada, o jornal americano The Washington Post avaliou as novelas brasileiras e a forma como elas impactam nos hábitos dos brasileiros.

Segundo o texto, "as novelas criam moda no Brasil. Depois de 'O Clone', atração gravada no Brasil e em Marrocos que foi ao ar em 2001, a dança do ventre virou febre.

As mulheres brasileiras começaram a usar flores amarelas nos cabelos após uma personagem aparecer assim na novela 'Quatro por Quatro". A reportagem ainda cita que a atual novela das 20h da TV Globo, "Caminho das Índias", popularizou os costumes indianos no Brasil.

O impresso americano entrevistou Antonio La Pastina, professor de uma universidade do Texas, entre outros pesquisadores do tema, para avaliar o impacto das novelas na vida dos brasileiros.

"As novelas se tornaram uma parte importante da fábrica da cultura brasileira. É difícil pensar no Brasil contemporâneo sem pensar nas novelas", diz o estudioso.

O WP também mostrou o outro lado. Entrevistou Luis Erlanger, diretor de Comunicação da Globo, que contrapôs a influência determinante do produto nos hábitos da sociedade.

"Sabemos da seriedade do trabalho deles [os pesquisadores], mas há um erro fundamental. Imaginar que as pessoas seguem tudo aquilo o que a novela mostra diminui a capacidade de livre arbítrio do povo. Chega a ser antidemocrático", diz Erlanger.

ANÁLISE

Há cerca de um ano, o domínio da TV Globo e influência sobre os brasileiros também era tema de análise de um importante jornal: o Financial Times.

Em reportagem especial, o jornal traçava um panorama sobre a televisão brasileira. O texto sobre os últimos 30 anos ressalta o domínio da TV Globo e o fato de a emissora ter ter feito sucesso ao manter a estrutura de sua programação noturna quase que inalterada por três décadas.

A fórmula a qual o "FT" se refere vai ao ar das 18h às 22h, de segunda a sexta-feira. A emissora apresenta novela, noticiário local, novela, noticiário nacional e novela. Este último, gênero detalhado pelo jornal como o conteúdo que lida com questões de preocupação diária dos telespectadores, como criminalidade.

A publicação inglesa reconhece a maquiagem contida nas atrações globais. “Exceto que nada é bem o Brasil, porque tudo é um pouco melhorado, se não muito, e menos alarmante do que na vida real.

Os pobres especialmente se saem muito melhor no mundo da Globo do que no mundo real.

São mais bem alimentados, mais bem vestidos, se dão melhor com seus patrões de classe média e moram em favelas -onipresentes nas cidades brasileiras- tão maquiadas que deixam a coisa real literalmente na poeira”, diz o texto.
Veja mais: http://www.adnews.com.br/midia.php?id=89749

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