quarta-feira, março 25, 2009

As bebidas e as civilizações

Sabe-se que na velha china, há 2.000 anos se destilavam bebidas de vinho de arroz. Álcool é um vocábulo de origem Sarracena. Em árabe “ALKOHL significa bebida destilada do vinho”.
Com a destilação, os árabes não procuravam obter bebidas alcoólicas pois elas são proibidas pela sua religião, procuravam sim “o elixir da vida”.

Destilação, do latim “destillare” em português teria o sentido de “pingar para baixo” o que nos deixa pressupor a origem de nossa pinga. Às primeiras destilarias que se tem conhecimento funcionavam em Damasco, na Síria, no ano de 990.

Os primeiros destiladores eram “alquimistas”. Também esta palavra vem do árabe “Alkimya”, o que vem a ser em português “a química”. Alquimia no sentido de obter ouro, veio depois.

Alberto Magnus, que nasceu em 1206 e se tornou o primeiro grande alquimista da Europa, descobriu durante as suas experiências “águas fortes destiladas” e chegou a ser acusado de ter um trato com o diabo. Talvez a mais repulsiva bebida alcoólica, ao menos do ponto de vista ocidental, era feito na China, uma horrível beberragem fermentada de caldo de carne de ovelha.

Em outra província da China a fermentação era feita de carcaças de cachorrinhos novos. Já o vinho de carneiro, considerado muito forte, era a bebida preferida entre tártaros e mongóis. Consta que Gengis Khan a tinha em grande apreço.

Das mais voluptosas e tentadoras bebidas, o ABSINTO era no entanto também das mais prejudiciais à saúde, pois causava o chamado “absintismo” cujos sintomas consistiam em vertigens, acompanhadas de uma espécie de estado de automatismo inconsciente durante o qual até atos criminosos eram cometidos.

O principal ingrediente era o ABSINTO (Artemísia absinthium), planta que com raízes de Angélica, anis estrelado e outros mais eram usados na fabricação do Absinto.

Foi na Argélia (1830) que o Absinto foi usado pela primeira vez pelos soldados franceses que estavam empenhados em conquistar o país.

Os médicos do exército francês aconselhavam aos soldados misturar Absinto na água que bebiam para evitar os micróbios da cólera.

Certamente o Absinto matava os bacilos mas também envenenava os soldados. Apesar de tudo, tornou-se bebida muito popular na França e atingiu o cúmulo da moda em 1890.

Artistas famosos freqüentavam os lugares, onde o Absinto era ingerido, a fim de encontrar motivos para suas pinturas. “L’Absinthe”, quadro de Degas, mostra alguns dos fregueses com os olhos esbugalhados e o olhar vago e fixo.

O nosso “Happy Hour” de hoje já teve um precedente famoso. Chamava-se “L’Heure Verte” – “A Hora Verde”, devido à cor verde, tentadora e perigosa do absinto.

Só no início deste século é que se começaram a perceber os efeitos deletérios do Absinto. Foi proibido na França em 1914 como medida de guerra, e assim permanece até hoje.

A Inglaterra tem “Pubs” em quase cada esquina e já encontramos bares com esse nome aqui no Brasil. “Pub” vem do inglês “Public House”, um dos nomes que se dava às estalagens na Inglaterra.A palavra “BAR” tornou-se uma expressão universal. Não podemos imaginar um Hotel, um Clube, um restaurante ou um navio sem bar.

Esta curiosa palavra, hoje tão vulgarizada, nos vem da França, onde em tempos idos, uma instalação chamada “BARRE” (eram várias barras), separava nas tavernas e hospedarias o lugar onde serviam as refeições do lugar onde as bebidas eram servidas.
Fonte: O LIVRO DO BAR – Curiosidades, Bebidas, Receitas - Carlos Hauber - Editora Tecnoprint S.A.

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