segunda-feira, maio 04, 2009

Religião & Literatura - Iniciação e Iniciado

Por Rodrigo Queiroz*

Parte 1

Ditado por Mestre Yamashida

Quais considerações podemos declinar so­bre o conceito “iniciação” e “iniciado”? Mi­lenarmente a prática iniciática é presente na humanidade, objetivamente trata-se do momento em que um ancião, sábio, líder ou coisa parecida dedica a transmitir seus conhe­cimentos, “segredos”, magias etc ao neófito, volun­tário ou mesmo o “iniciando”.

Tradicionalmente as ordens iniciáticas instituí­das pelos homens são carregadas de protocolos, etapas e preceitos para que o iniciando gradativa­mente vá se preparando para acessar os “misté­rios” daquele segmento em questão.

É necessário também uma relação de profundo respeito, reve­rên­cia e subordinação entre o iniciando e seu inicia­dor... Estes são princípios básicos para o sucesso no processo iniciático. Porém não vamos agora falar sobre métodos, escolas iniciáticas e conceitos. Não cabe neste momento falar do externo, en­tender culturas e sistemas.

Queremos no entanto alertar a você sobre o fun­damental e necessário sentido iniciático do ser espiritual em experiência humana para sua espiritualização, ascensão e conscientização, pois todos os sistemas criados pelos homens na terra para o processo iniciático consiste na intenção final de levá-lo a conhecer-se, dominar-se e iluminar-se, não com a luz externa e alheia mas tão somente com a luz própria que quando encontrada irradia e incandesce a si e o meio em que vive.

Nos dias de hoje onde as ofertas iniciáticas facilitam a todos um inserção nos “mistérios” pro­postos, percebemos o distanciamento do indivíduo no real caminho esperado que é o comentado, si próprio.

Existe uma acomodação exacerbada dos indivíduos que dedicam no outro as possibilidades de alcançar seus objetivos e quiçá a própria ilu­minação. Um equívoco! Ninguém poderá ofertar-lhe o que está somen­te dentro de si pois o único apto a encontrar é o pró­prio indivíduo.

É certo que o mundo externo e as pessoas ao nosso redor podem auxiliar nesta procura e também atrapalhar, cabe a você alertar-se sobre seu convívio... Do que estamos falando? O que está dentro de cada um? Que busca é essa?

Eu lhe pergunto:

- O que você deseja para si? Caso a resposta seja a paz, um bom emprego, um boa família, bons amigos, sucesso, prosperidade, etc... seja a resposta que for, no fundo tudo o que deseja no fim é para ser feliz.
Todos desejam a felicidade. E neste objetivo a busca para tanto turva os olhos quando este está voltado para fora, para o mundo concreto, para as coisas, pessoas e situações.

Tu és o queres ser? Ou és o que querem que sejas? Fazes o que queres fazer? O objeto de busca que falamos é a luz interior, apenas encontrada através da profunda, sincera e intensa reforma íntima. A auto-iluminação não é fácil, nem simples. Está para todos, porém infe­lizmente poucos ocidentais entendem o conceito. Será que você pode entender?

NOTA DO MÉDIUM
Saravá irmão leitor! Salve Monge Yamashida! Este irmão que se manifesta na Linha do Povo do Oriente vem neste texto ini­cial nos provocar quanto aos valores que car­re­gamos conosco. Posso dizer sobre o péssimo hábito de julgo ao outro, que não é uma questão de ra­zão ou inteligência, mas sim na maioria das vezes a tentativa de colocar-se superior em detrimento da apregoação ao outro.

Não é só isso. Yamashida ainda nos alerta sobre a necessidade emergencial de analisarmos humildemente nossos hábitos, con­cei­tos e fundamentalmente os comportamentos.

Reconhecer o divino no outro como sugere a sau­da­ção Namastê talvez seja o caminho oportuno para o encontro do divino em nós. Reformar-se ain­da é um grande e árduo desafio, pois exige ferramentas difíceis como humildade, resignação, paciência, reflexão e crítica pessoal.

Para finalizar recorro às palavras de um baiano que nos ampara, Sr. Zé da Peixeira que certa vez nos ensinou: “O objetivo de todos é a construção da própria fortaleza, sendo ela moral, mediúnica, espiritual. Mas não esqueça que ainda estamos remexendo a massa, para somente depois unir tijolinho com tijolinho e os ingredientes dessa massa, bem... há muito que aprender”

Então irmão leitor, pensemos. Até a continuação... Saravá!

Fonte: Rodrigo Queiroz* Fundador do Jornal de Umbanda Sagrada, é responsavel pelo Instituto Cultural Aruanda e idealizador do Curso Virtual de Teologia de Umbanda Sagrada nos Moldes do Curso Presencial - E-mails: rodqueiroz77@terra.com.br e mkt@tvus.com.br
Texto enviado por e-mail pelo amigo ALEXANDRE CUMINO

Nenhum comentário: